Carmen Miranda
Carmen
Miranda nasceu Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Portugal. Era a
segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha (1887-1938) e de Maria Emília
Miranda (1886-1971). Ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que
seu pai tinha por óperas.
Pouco
depois de seu nascimento, seu pai, José Maria, emigrou para o Brasil, onde se
instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, sua mãe, Maria Emília seguiu o marido,
acompanhada da filha mais velha, Olinda, e de Carmen, que tinha menos de um ano
de idade.
No Rio
de Janeiro, seu pai abriu um salão de barbeiro na rua da Misericórdia, número
70, em sociedade com um conterrâneo. A família estabeleceu-se no sobrado acima
do salão. Mais tarde mudaram-se para a rua Joaquim Silva, número 53, na Lapa.
Carmen
estudou na escola de freiras Santa Teresa, na rua da Lapa, número 24. Teve o
seu primeiro emprego aos 14 anos numa loja de gravatas, e depois numa
chapelaria. Contam que foi despedida por passar o tempo cantando, mas o seu
biógrafo Ruy Castro diz que ela cantava por influência de sua irmã mais velha,
Olinda, e que assim atraía clientes.
Em 1926,
Carmen, que tentava ser artista, apareceu incógnita em uma fotografia na seção
de cinema do jornalista Pedro Lima da revista Selecta. Em 1929, foi apresentada
ao compositor Josué de Barros, que encantado com seu talento passou a
promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora alemã
Brunswick, os primeiros discos com o samba Não Vá Sim'bora e o choro Se O Samba
é Moda. Pela gravadora Victor, gravou Triste Jandaia e Dona Balbina.
Em 1930 gravou
a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de
Carvalho. Antes do fim do ano, já era apontada pelo jornal O País como "a
maior cantora brasileira".
Em 1933
ajudou a lançar a irmã Aurora na carreira artística. No mesmo ano, assinou um
contrato de dois anos com a rádio Mayrink Veiga para ganhar dois contos de réis
por mês. Foi a primeira cantora de rádio a merecer contrato, quando a praxe era
o cachê por participação. Em 30 de outubro realizou sua primeira turnê
internacional, apresentando-se em Buenos Aires. Voltou
à Argentina no ano seguinte para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano.
Carreira
cinematográfica no Brasil
Em 20 de
janeiro de 1936, estreou o filme Alô, Alô Carnaval com a famosa cena em que ela
e Aurora Miranda cantam "Cantoras do Rádio". No mesmo ano, as duas
irmãs passaram a integrar o elenco do Cassino da Urca de propriedade de Joaquim
Rolla. A partir de então as duas irmãs se dividiram entre o palco do cassino e
excursões freqüentes pelo Brasil e Argentina.
Depois
de uma apresentação para o astro de Hollywood Tyrone Power em 1938, aventou-se
a possibilidade de uma carreira nos Estados Unidos. Carmen recebia o fabuloso
salário de 30 contos de réis mensais no Cassino da Urca e não se interessou
pela idéia.
Em 1939,
o empresário estadunidense Lee Shubert e a atriz Sonja Henie assistiram ao
espetáculo de Carmen no Cassino da Urca. Depois de um espetáculo no
transatlântico Normandie, Carmen assinou contrato com o empresário. A execução
do contrato não foi imediata, pois a cantora fazia questão de levar o grupo
musical Bando da Lua para a acompanhar, mas o empresário estava apenas
interessado em Carmen.
Depois de voltar para os Estados Unidos, Shubert aceitou a
vinda do Bando da Lua. Carmen partiu no navio Uruguai em 4 de maio de 1939, às
vésperas da Segunda Guerra Mundial.
nos
Estados Unidos
Em 29 de
maio de 1939 Carmen estreou no espetáculo musical "Streets of Paris",
em Boston, com êxito estrondoso de público e crítica. As suas participações
teatrais tornaram-se cada vez mais famosas. Em 5 de março de 1940, fez uma
apresentação perante o presidente Franklin D. Roosevelt durante um banquete na
Casa Branca.
Em 10 de
julho de 1940 retornou ao Brasil, onde foi acolhida com enorme ovação pelo povo
carioca. No entanto, em uma apresentação no Cassino da Urca com a presença de
políticos importantes do Estado Novo, foi apupada pelos que a consideravam
"americanizada". Entre os seus críticos havia muitos que eram simpatizantes
de correntes políticas contrárias aos Estados Unidos.
Dois
meses depois, no mesmo palco, Carmen foi aplaudida entusiasticamente por uma
platéia comum. No mesmo mês gravou seus últimos discos no Brasil, onde
respondeu com humor às acusações de ter esquecido o Brasil e ter-se
"americanizado". Em 3 de outubro, voltou aos Estados Unidos e gravou
a marca de seus sapatos e mãos na Calçada da Fama do Teatro Chinês de Los
Angeles.
Entre
1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de
rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros norte-americanos. A
Política de Boa Vizinhança, implementada pelos Estados Unidos para buscar
aliados na Segunda Guerra Mundial, incentivou a imigração de artistas
latino-americanos. Apesar de ter chegado nos Estados Unidos antes da criação da
Política de Boa Vizinhança, Carmen Miranda sempre foi identificada como a
artista de maior sucesso do projeto.
Em 1946,
Carmen era a artista mais bem paga de Hollywood e a mulher que mais pagava
imposto de renda nos EUA. Em 17 de março de 1947 casou-se com o americano David
Sebastian. Antes, Carmen mantivera romances com vários astros de Hollywood e
também com o músico brasileiro Aloysio de Oliveira, integrante do Bando da Lua.
Antes de
partir para a América, Carmen namorou o jovem Mário Cunha e o bon vivant Carlos
da Rocha Faria, filho de uma tradicional família do Rio de Janeiro. Já nos EUA,
Carmen manteve casos com os atores John Wayne e Dana Andrews.
O
casamento é apontado por todos os biógrafos e estudiosos de Carmen Miranda como
o começo de sua decadência física. Seu marido, antes um simples empregado de
produtora de cinema, tornou-se "empresário" de Carmen Miranda e
conduzia mal seus negócios e contratos. Também era alcoólatra e pode ter
estimulado Carmen Miranda a consumir bebidas alcoólicas, das quais ela logo se
tornaria dependente. O casamento entrou em crise já nos primeiros meses, mas
Carmen Miranda não aceitava o divórcio pois era uma católica convicta.
Engravidou em 1948, mas sofreu aborto espontâneo depois de uma apresentação.
A morte
nos EUA
Ligeiramente
recuperada, retornou para os Estados Unidos em 4 de abril de 1955.
Imediatamente começou com as apresentações. Fez uma turnê por Cuba e Las Vegas
entre os meses de maio e agosto e voltou a usar barbitúricos.
No
início de agosto, Carmen gravou uma participação especial no programa
televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança, sofreu um
ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada por Durante. Recuperou-se e
terminou o número. Na mesma noite, recebeu amigos em sua residência em Beverly Hills , à
Bedford Drive, 616. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas
canções para os amigos presentes, Carmen subiu para seu quarto para dormir.
Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou a maquiagem e caminhou em direção à
cama com um pequeno espelho à mão. Um colapso cardíaco fulminante derrubou-a
morta sobre o chão. Seu corpo foi encontrado pela empregada na mesma noite.
Tinha 46 anos.
Filmografia
A Voz do
Carnaval (1933)
Alô,
Alô, Brasil (1935)
Estudantes
(1935)
Alô,
Alô, Carnaval (1936)
Bananas
da Terra (1939)
Laranja
da China (1940)
Serenata Tropical (1940)
That Night in Rio (1941)
Week-End in Havana
(1941)
Springtime in the Rockies (1942)
The Gang's All Here (1943)
Four Jills in a Jeep (1944)
Something for the Boys (1944)
Doll
Face (1945)
Se eu
Fosse Feliz (1946)
Copacabana
(1947)
O
Príncipe Encantado (1948)
Romance
Carioca (1950)
Scared
Stiff (1953)

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